A pressão internacional sobre a China em razão do desrespeito aos direitos humanos no país e o tratamento da questão do Tibete aumentou nos últimos dias, com uma sucessão de golpes contra os anfitriões da Olimpíada de 2008 vindos de diferentes partes do mundo.
Nos Estados Unidos, parlamentares pediram ao presidente George W. Bush que boicote a cerimônia de abertura dos Jogos, dia 8 de agosto. Na França, o prefeito de Paris, Bertrand Delanoé, anunciou ontem que haverá protesto oficial durante a passagem da tocha olímpica pela cidade, na segunda-feira.Os gestos foram motivados pela reação da China aos protestos de tibetanos no mês passado e à escalada retórica das autoridades de Pequim contra o líder espiritual Dalai-Lama.
A tocha cumpre seu tour de 130 dias por 20 países. Ontem, passou pela cidade de Almaty, no Casaquistão, e o temor de protestos contra a China levou à adoção de medidas rigorosas de segurança, que incluíram a mobilização de 4.500 policiais e a interrupção do tráfego em grande parte da cidade. De lá, a tocha segue para Istambul, Turquia.
A carta endereçada a Bush é assinada por 14 deputados democratas e 1 republicano. 'Seria claramente imprópria a sua presença nos Jogos Olímpicos na China, dada a natureza cada vez mais repressiva do governo daquele país', diz o texto.
Na terça-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, foi a primeira chefe de Estado a anunciar que não participará da abertura dos Jogos, decisão que também poderá ser adotada pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy.
Na França, a pressão contra a China é grande. Ontem, ao divulgar o trajeto da tocha por Paris, o prefeito Delanoé informou que vai ser colocada em frente à prefeitura uma faixa com a seguinte frase: 'Paris defende os direitos humanos para todo o mundo.