Depois de 90 dias da enchente que atingiu Santa Catarina em novembro do ano passado, deputados federais visitam, na próxima semana, as cidades que foram mais afetadas pelas chuvas e desabamentos.
Nos dias 5 e 6 de março, os integrantes da Comissão Externa de Acompanhamento da Tragédia Climática de Santa Catarina farão reuniões com as comunidades de Criciúma, Palhoça, Joinville, Blumenau e Itajaí.
O presidente da comissão, deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC), informou que a visita tem três objetivos: fazer um balanço dos acontecimentos, especialmente das ações dos governos federal e estadual nas regiões; identificar os problemas que persistem e combinar uma intervenção entre os poderes para solucioná-los; e debater e definir formas de prevenção de desastres na região.
"Será uma oportunidade de conversar com os novos prefeitos e vereadores que assumiram em janeiro e escutar a comunidade dessas cidades", destacou Bornhausen.
Centro de climatologiaOs deputados querem ver como está a reconstrução das cidades, além de fazer um balanço das causas e consequências da tragédia para a economia, o povo e o meio ambiente.
Eles também pretendem analisar sugestões de prevenção para evitar novas tragédias com o excesso de chuvas na região. Entre as questões que serão abordadas, estão as mudanças climáticas e o uso desordenado do solo.
"O grande trabalho da comissão, no longo prazo, é definir formas de trabalho para preparar a região e o País para as consequências do aquecimento global.
Há um projeto, também, de transformar Santa Catarina num centro mundial de climatologia e prevenção de desastres", adiantou Bornhausen.
A pauta das reuniões com autoridades e representantes da sociedade civil dos municípios mais atingidos pela catástrofe abordará ainda aspectos de infra-estrutura, como a recuperação do Porto de Itajaí e de estradas na região, a reconstrução das casas, as formas de ajuda humanitária aos desabrigados e a necessidade de apoio psicológico para as famílias desestruturadas.
Saldo da tragédiaDurante as enchentes, mais de 78 mil pessoas ficaram desabrigadas. Até o dia 16 de fevereiro, segundo a Defesa Civil do estado, ainda havia 2.637 pessoas desabrigadas e 9.390 desalojados.
No total, 135 pessoas morreram e duas permanecem desaparecidas: um bebê de 11 meses e uma senhora de 79 anos.
Mais de 50 municípios foram atingidos pelas chuvas e desabamentos.
De acordo com a Secretaria Estadual da Fazenda de Santa Catarina, a enchente comprometerá o Produto Interno Bruto (PIB) catarinense em R$ 2 bilhões