quarta-feira, 22 de abril de 2009

Entrevista do novo diretor do presídio na Rádio Blumenau


Texto: Hamilton Antonio
Foto: Site da Rádio

Achei ótimo o conteúdo da entrevista que o novo diretor do Presídio Regional de Blumenau, Antonio Moura concedeu ao Programa Blumenau Agora, apresentado por Alexandre Pereira de segunda à sexta–feira no horário das 8 às 10 horas, sempre voltado aos interesses da comunidade.

Neste espaço Antonio Moura pode falar claramente dos problemas atuais e possíveis soluções para aquele espaço prisional.
Disse que trabalhava numa noite destas até a meia noite, quando escutou o barulho de uma moto que fugiu sem poder ser identificada, e seu condutor havia arremessado um pacote por cima do muro, e antes que caísse nas mãos dos presos, um agente que estava com ele, apanhou, no pacote que continha um celular, dois chips,maconha e craque envolvidos em um cobertor de criança.

O diretor falou que o preso esta ali com tempo para estudar como esconder drogas e os telefones para que não possam ser encontrados nas operações pene fino, um exemplo eles fazem um buraco na parede escondem o produto depois pegam papel higiênico molhado e cobrem, fica como se fosse cimento não tem diferença e não pode ser localizado.

Os produtos podem entrar no presídio segundo Moura, de três maneias: primeiro através das visitas intimas, a segunda opção seria através do muro e a terceira com a conivência de alguns funcionários, que já estão sendo investigados pela policia civil.

Quanto as cercas elétricas e arames farpados que os ex-diretor pretendia colocar, Moura respondeu que pretende colocar sim, pois existe uma parte escura atrás do presídio que precisa ser protegido.

Ele também disse que hoje tem à sua disposição 54 agentes prisionais e que somente 3 ou 4 trabalham na contra-mão do sistema, os demais então comprometidos com ele, mas que fará uma reunião para colocar a coisa em dia.

Também se mostrou a favor que presídios sejam administrados por agentes prisionais, que conhecem como os presos se comportam, que sabem quando os presos então pensando coisas erradas, então no caso dele que é agente, pretende não estar muito atrás da mesa, mas sim lá junto do presídio no dia a dia, e afirmou que nesta semana ele mesmo fez duas revistas nas galerias. Com ele vai ser desta forma.

Informou também que fará um levantamento dos detentos, pois tem de vários municípios, e acredita que existe uma pequena quadrilha lá dentro. Espera que obra que esta sendo realizado no local fique pronta em 60 dias e terá vagas para 190 detentos, e poderá evitar fugas. Precisa saber quem é o detento que esta no trabalho, pois muitos que estão ali não são daqui e fogem, o local onde trabalham é uma porta aberta para eles.

Disse também que um advogado da OAB ligou para ele e estão pensando em fazer um mutirão no mês de mai, para rever alguns presos que tem direito a condicional e não tem advogado, e neste mutirão poderão sair quase 100 pessoas de lá.

E para finalizar falou de um projeto com empresários de Blumenau numa parceria para dar mais segurança ao local, tanto com câmeras monitorando e até como já frisou com cercas, e acabou deixando escapar que tem 14 viaturas, mas só duas funcionam, as outras então quebradas, então ele precisa desta parceria para evitar as fugas e dar segurança para quem mora próximo do presídio.

Também disse que está baixando um comunicado interno que autoriza a entrada em determinado dias para que educadores religiosos possam entrar no presídio para conversar com os detentos, “isto é necessário”.

A coluna procurou colocar quase que exatamente a transcrição da entrevista, pois julgou ser de suma importância para que o leitor tenha uma noção de como está funcionado o presídio, e o que pretende ser feito pelo novo diretor para melhorar o sistema.

Volto a reafirmar que me passou certa confiança na possibilidade de novos dias para o presídio, com a direção do agente empossado que mostra ter conhecimento e vontade de bem administrar.

Um abraço ao Alexandre Pereira cumprimentado pela excelente entrevista, e a Rádio Blumenau a minha certeza que estão no caminho certo e que jornalismo se faz exatamente assim.