quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Argentina vai acionar ONU contra 'militarização' feita pelo Reino Unido

O governo britânico assegura que a presença do navio e do príncipe nas Malvinas faz parte da rotina. Piloto de helicóptero da RAF (a Força Aérea Real britânica), William treina técnicas de busca e resgate. O HMS Dauntless é uma arma de guerra a ser testada.

No próximo dia 2 de abril, os dois países comemoram o 30º aniversário da Guerra das Malvinas. A ditadura militar argentina, que estava por cair, achava que podia conquistar a simpatia popular ocupando as ilhas, a 500 quilômetros da costa argentina que, desde 1833, foram anexadas pelo Reino Unido.

A primeira-ministra à época, Margareth Thatcher, reagiu. Antes de entregar o poder aos civis, o governo militar da Argentina encomendou uma investigação sobre os erros e acertos ao general Benjamin Rattenbach.

O Relatório Rattenbach, considerado segredo militar, condena os responsáveis pela guerra a penas de prisão perpétua e de morte. Mas os detalhes do documento foram mantidos em segredo até agora, quando a presidenta Cristina Kirchner resolveu torná-los públicos.

Segundo ela, os erros cometidos pelos militares não justificam a posição britânica de não querer negociar a posse das Malvinas na ONU.

A polêmica sobre as Malvinas coincide com a crise econômica europeia e a estreia, em Buenos Aires, do filme A Dama de Ferro, sobre a primeira-ministra conservadora Margareth Thatcher.

Segundo a imprensa britânica, o primeiro-ministro David Cameron (como Thatcher em 1982) está usando as Malvinas para angariar o sentimento nacionalista e desviar a atenção dos eleitores da crise econômica europeia.

Antes da ida de William às Malvinas, Cameron acusou a Argentina de "colonialista" porque, segundo ele, o país quer forçar os habitantes das ilhas a serem argentinos - apesar de se considerarem britânicos.

Cristina reagiu nessa terça-feira, lembrando que neste século existem apenas 16 casos de colônias cujo destino está sendo discutido pelas Nações Unidas: dez são do Reino Unido, entre eles as Ilhas Malvinas. Mas os britânicos nunca aceitaram sentar-se para negociar.

A alegação, nos últimos 30 anos, foi a guerra de 1982. Por isso, a presidenta assinou um decreto tornando pública uma investigação secreta realizada pelo general Benjamin Rattenbach.

"Tenho a sensação de que tanto a presidenta Cristina Kirchner quanto o primeiro-ministro David Cameron estão usando as Malvinas como arma politica, para conseguir apoio do eleitorado em um momento de crise econômica", disse à Agencia Brasil, Juan Bautista Jofre, autor do livro 1982 sobre as Malvinas.

Com informações da Agência Brasil
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