Os bancos rebaixaram a previsão de crescimento da economia para 2011 e para 2012, segundo levantamento divulgado quinta-feira pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
A estimativa é que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 3,2% este ano. As projeções anteriores apontavam uma elevação de 3,5% na pesquisa de setembro e 3,9% na de agosto. Para 2012, a expectativa é de crescimento de 3,6% do PIB (ante 3,8% em setembro).
Segundo o economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, a mudança para uma menor projeção na perspectiva do PIB brasileiro está ligada à piora do cenário internacional, em especial a Europa, e os efeitos das medidas macrofinanceiras tomadas pelo governo no início do ano para conter a inflação. "Tudo isso vem prejudicando o crescimento da economia".Ainda assim, as estimativas de crescimento do mercado de crédito tiveram melhoraram em comparação com o levantamento anterior.
A previsão atual é que a expansão do crédito chegue a 17,1% em 2011, contra 16% previstos na pesquisa de setembro. O maior aumento, de 18,5%, deverá acontecer para os empréstimos com recursos direcionados que, na pesquisa anterior, estavam em 17,9%.Segundo Sadenberg, a revisão é "um ajuste em relação a uma perspectiva que era mais pessimista do que o observado na prática".
Ele explicou que há uma perda de ritmo de expansão dos empréstimos, mas menor do que se pensava há pouco tempo. "O crédito recua, mas muito lentamente".A elevação da expectativa em ralação à inadimplência também foi um ajuste, como explicou o economista. Nas duas últimas pesquisas, a previsão era que a inadimplência fechasse o ano em 4,7%. Agora, os bancos esperam que o calote fique em 5,3%.
O índice, entretanto, não representa nenhum risco para o sistema financeiro, na opinião de Sardenberg.Em relação à inflação, as previsões variaram pouco. Os bancos esperam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) termine 2011 em 6,5%, contra os 6,4% estimados em setembro.
Para o Índice de Preços de Mercado (IGPM), a expectativa se manteve em 5,9%.A inflação para 2012, medida pelo IPCA, porém, teve uma ligeira alta nas estimativas, para 5,7%, dois pontos percentuais a mais que a previsão de setembro.
O mesmo aumento foi apontado na expectativa de variação do IGPM, que deve ficar em 5,4%. Segundo Sardenberg, os números indicam que a inflação só deve convergir para o centro da meta do governo em 2013.
Com informações da Agência Brasil
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