quarta-feira, 9 de abril de 2008

Criada comissão para discutir segurança nos terminais

Fonte: Assessoria imprensa Câmara Municipal de Blumenau .

A segurança nos terminais urbanos de Blumenau foi debatida em uma audiência pública na tarde desta quarta-feira (9) na Câmara Municipal. O proponente da reunião vereador Rufinos Seibt (PMDB) apresentou como principal pedido ao Executivo a instalação de câmeras de segurança nesses locais. O presidente da Câmara Municipal José Luiz Gaspar Clereci (PMDB) sugeriu uma parceria com as Polícias Militar e Civil para que estas possam garantir a integridade dos usuários. Ele também salientou a necessidade de maior efetivo policial em Blumenau. Ao final da audiência foi formada uma comissão para discutir melhorias para a área, reunindo vereadores, o Seterb, Conselhos de Segurança e Polícia Militar. Em breve será marcado o primeiro encontro da comissão.
O presidente do Seterb Rudolf Clebsch disse que já visitou diversas cidades que possuem serviço de monitoramento nos terminais urbanos e que deseja trazer o sistema para Blumenau. “Isto proporcionaria mais conforto e segurança para a população”, alegou. Clebsch informou já existir parceria entre a Polícia Militar e o Conselho Municipal de Entorpecentes (COMEN), acionados principalmente nos fins de semana, quando há um grande contingente de pessoas e a desordem é freqüente. Ele citou que transitam pelos seis terminais do município 120 mil pessoas, numa frota operante de 220 ônibus, com mais de cinco mil horários. “Estes números denotam o que envolve o nosso sistema rodoviário diariamente”, observou.

Clebsch ainda apontou Campinas como uma cidade modelo de estrutura em termos de segurança e avaliou não haver recursos suficientes em Blumenau para que a Polícia Militar esteja presente em todos os lugares, então o auxílio das câmeras seria útil. “Foi investido pelo Governo Federal em Campinas 136 milhões de reais, com cobertura em escolas, unidades de saúde, praças e vias públicas. Existem 270 aparelhos e mais 170 para instalar”, mencionou.

O comandante do 10° Batalhão de polícia Militar César Luiz Dalri comentou que o índice de crimes nos terminais é baixo se comparado ao de outras regiões da cidade. Ele apontou que o terminal do Aterro, que apresenta maior número de ocorrências, conta com apenas 20 registros na Polícia Militar, desde o começo do ano. Ao mesmo tempo, Dalri assegurou que a polícia realiza rondas freqüentemente em todos os terminais. Contudo, argumentou que é grande a deficiência no numero de policiais. O coronel ainda comentou que já está sendo feito o recrutamento de 50 novos policiais para a região, mas que eles só devem estar preparados para o cargo em janeiro ou fevereiro do ano que vem.
Com relação à instalação de câmeras de segurança, o comandante assinalou que não é uma forma ativa de combater a violência, mas garantiu: “É um instrumento eficiente na identificação do agente”. Outra questão levantada por ele diz respeito ao custeio do equipamento, uma vez que o monitoramento do centro da cidade já causa divergências neste sentido. Por fim, elogiou o trabalho dos Conselhos de Segurança dos bairros e reconheceu que é muito mais difícil realizar um trabalho preventivo, apesar de esta ser a forma ideal de combater a violência.

O comissário José Ângelo Peters, que representou o delegado regional Rodrigo Marchetti ponderou que algumas ocorrências que não constam das estatísticas da PM estão relacionadas à atuação de punguistas (roubo de carteiras) no interior dos coletivos e não exatamente nos terminais. “As vítimas geralmente são pessoas de baixa renda e embora as somas não sejam de grande vulto, são representativas para esta parcela da população”, disse. Ele concorda que todas as medidas adotadas para melhorar a segurança são bem-vindas e pregou a interação com a comunidade.
Mauro Luiz de Medeiros, gerente de apoio do COMEN relatou que o Conselho vem fazendo há muitos anos um trabalho junto aos terminais de ônibus, especialmente os da Fonte, Proeb e Aterro, para onde acorrem cerca de quatro mil jovens nos finais de semana. Disse que o problema passa pelo controle da comercialização de bebidas nas imediações o que facilita o alcoolismo juvenil, o uso de drogas e de armas. “A drogadição anda junto com a violência”, definiu Medeiros, observando que o COMEN é atuante em Blumenau, mas como seus membros são voluntários, o trabalho pode ser desenvolvido com maior intensidade apenas nos finais de semana. Ele considera as câmeras de segurança de extrema importância para melhorar a segurança.