Matéria enviada ao SN- Sintex Notícias
O câmbio valorizado tira a competitividade do produto têxtil nacional, mas, por outro lado, tem auxiliado as indústrias a investirem em máquinas e equipamentos, aumentando a produtividade. “É um benefício pequeno; seria melhor ter um câmbio mais realista, mas é o que temos no momento e é preciso tirar o melhor proveito disto”, afirma o presidente do Sintex, Ulrich Kuhn.
O principal problema da indústria, entretanto, continua sendo a alta carga tributária. A indústria de transformação é o setor que mais paga impostos no país, de acordo com dados divulgados pelo Valor Econômico. Um estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revelou que a carga tributária do setor, entre 2005 e 2009, atingiu 59,8% do PIB industrial.
O resultado está 2,24 vezes acima da taxa média dos outros setores, que é de 26,7%. No mesmo período, a indústria respondeu, em média, por 37,4% dos tributos arrecadados entre os 12 setores da atividade econômica. Segundo a Fiesp, a carga tributária representa hoje o maior obstáculo ao investimento porque reduz a competitividade dos produtos nacionais no comércio internacional.
O estudo indica que entre 2005 e 2008, a arrecadação de tributos na indústria de transformação cresceu, em termos reais, 20,1%, enquanto o PIB industrial apresentou evolução mais tímida, de apenas 10,1%.
Além de tributos sobre o lucro e a folha de salários, as indústrias estão sujeitas à cobrança de PIS e Cofins, contribuições calculadas sobre a receita bruta. Outro entrave são os elevados juros, que aumentam os riscos econômicos do investimento, com todas as suas conseqüências.
De acordo com a “Pesquisa Fiesp de Obstáculos ao Investimento”, se os juros no Brasil fossem semelhantes aos dos seus concorrentes internacionais, seriam poupados R$ 58,2 bilhões pela indústria, o que poderia ampliar em 38,3% o investimento industrial.
Se comparados aos concorrentes internacionais, os juros para o investimento no Brasil (mesmo atrelados à TJLP) são superiores. Para as empresas de menor porte, eles chegam a 6,0% ao ano (descontada a inflação) contra 2,5% dos concorrentes.
Com informações do Valor Econômico e da “Pesquisa Fiesp de Obstáculos ao Investimento”